sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Seja um elemento de Cura


Texto baseado em Isaías 58

No dia em que jejuais e orais estais jejuando e orando pelos vossos caprichos e interesses, e ainda exigis de mim que se faça o vosso trabalho. Eis que vós jejuais para brigas, contendas, jejuns de macumba e para ferir com punho o iníquo, são jejuns de ódio, espiritualidade de raiva. Jejuando assim como hoje não se fará ouvir a vossa voz no alto jamais, seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija sua alma e incline com a sua cabeça como o junco e estenda-se no chão sobre as cinzas chorando e se lamentando, é este o jejum? Chamarias tu a isto jejum? E um dia e uma hora aceitável ao Senhor? Vocês pensam que Eu Sou o Deus das dramaticidades que não se transformam em ação? Dos arrependimentos que não convertem? Porventura não é este o jejum que escolhi? Que soltes as ligaduras da impiedade, as tuas e as dos outros. Que desfaças as ataduras da servidão, as tuas e as dos outros. Se tu estás sob servidão quebra, se tu vires alguém sob escravidão espiritual, psicológica, emocional, humana, social, econômica e tu puderes, liberta. Deixes livres os oprimidos, este é o jejum de Deus, que despedaça todo jugo, porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto ao invés de ficares sem comer guardando o pão pra comer depois? O Senhor diz, eu prefiro que tu comas a metade e dês a outra este é o jejum da solidariedade que me agrada. Porventura o meu jejum não é este que invés de abstinência que você faça compartilhamento? Reparta o teu pão com o faminto e recolhas em casa, os pobres e desabrigados e se tu vires o nu, o despido, nu em qualquer estado, físico, psicológico, emocional, que tu o cubras e não te escondas do teu semelhante. Não é este porventura o jejum que me agrada? Entendam isto.
Então se entenderem e assim praticarem, romperá a tua luz como a alva, a tua cura de tuas doenças e lamúrias, somatizações e depressões, a tua cura brotará sem detença, a sua doença é inatividade de amor, a doença da maioria de nós é inatividade de amor, é paralisia de amor no coração, bote o amor para agir e a sua cura brotará sem detença, e a tua justiça irá adiante de ti, e a tua glória e a glória do Senhor virá na tua retaguarda. Então quando assim for, tu clamarás e o Senhor te responderá na hora, gritarás por socorro e Ele dirá shsh Eis-me aqui. Sim, se tirares do meio de ti o julgo, a opressão, o dedo de ameaça, o falar injurioso perverso. Se abrires a tua alma ao faminto de fomes concretas e fomes abstratas, se tu abrires a tua e ofereceres a tua alma como alimento pra alma carente de amor, de abraço e fartares a alma aflita com consolação, com presença, então a tua luz nascerá em qualquer treva, e a tua escuridão o teu pior dia vai estar iluminado como se fora meio dia, o Senhor te guiará quando assim for continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortalecerá os teus ossos, tu te tornarás como um jardim regado no teu interior, como um manancial cujas águas jamais faltam, os teus filhos serão úteis à vida, eles edificarão ruínas antigas, eles não terão uma ruptura com o que foi teu compromisso e tua fé, eles vão ajudar a construir até os fundamentos arruinados, se tu fizeres assim tu estarás plantando caminho do futuro no coração dos teus filhos, levantarás os fundamentos de outras gerações, e serás chamado de um reparador de brechas, de buracos, um tratador de calamidades, um restaurador de veredas, para que o país se torne habitável, para que a vida se torne possível. Sim, se tu desviares o teu pé das profanações, parares de cuidar dos teus interesses e buscares em primeiro lugar o reino de Deus, todas as coisas lhe serão acrescentadas, sim, se tu assim fizeres então tu te deleitarás no Senhor. Eu te farei cavalgar sobre os alpes espirituais, e te sustentarei com o trigo mais fino, e te saciarei com o mel que escorre da rocha, porque a boca do Senhor o disse.

Autor:
Caio Fábio de Araújo Filho

Transcrição:
Felipe Gustavo


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A ditadura do dízimo

Os ensinos de Jesus e o testemunho dos apóstolos nos mostram que tudo o que Deus havia estabelecido antes do verbo se fazer carne, tinha por objetivo nos ensinar princípios que nos permitiriam vivermos bem. Tenho profunda convicção por tudo que tenho lido na bíblia que a maior preocupação de Deus sempre foi que o homem pudesse subsistir neste mundo caído, em vez de regras caprichosas de um Deus caprichoso e egoísta preocupado apenas com sua própria vontade como a religião nos ensina. Sua leis visavam a saúde mental, física e emocional de sua criação.

É verdade que o dízimo aparece na bíblia antes da lei de moisés, porém é verdade também que ele aparece antes de Abraão na história da humanidade pois os povos da mesopotâmia utilizavam o dízimo como forma de imposto para manutenção dos seus templos e deuses, povos estes de onde vem Abraão. Deus no entanto orienta Moisés acerca desta prática visando o bem do homem, assim ordena que os dízimos seriam para a tribo de Levi que não podia trabalhar, para as viúvas, pois não tinham como se sustentar, e para os estrangeiros que encontravam muitas dificuldades para se sustentar no contexto daquela época em meio aquele povo. De todo este dízimo Deus ainda ordena que apenas o dízimo do dízimo, ou seja 10% dos 10% seriam para a manutenção do templo. Sabemos que hoje o templo somos nós e que também somos todos sacerdotes, sendo assim, pra onde deveria ir a maior parcela dos nossos dízimos? A resposta é, para o próximo, e a igreja primitiva sob orientação dos apóstolos nos ensinou isso muito bem, pois todo bem da vida lhes era comum, ninguém passava fome ou sequer tinha falta de alguma coisa. Além disso, mostraram que a contribuição não deveria ser um percentual, pois em geral doavam metade de tudo que tinham, seguindo a orientação de Jesus de que quem possuísse duas túnicas deveria dar uma delas. O apóstolo Paulo nos ensina ainda que Deus ama ao que dá com alegria, o que nos remete para oferta de Abel que é a primeira prática de oferta voluntária, muito antes do dízimo de Abraão a Melquisedeque também dado de forma voluntária. Vemos assim que o princípio é dar e compartilhar de tudo o que temos não apenas dinheiro, sem percentuais ou limites, de acordo com nossas possibilidades e com generosidade, sabendo que tudo o que temos não é apenas nosso, mas o Pai nos dá para que possamos abençoar ao próximo e assim ser sal da terra e luz do mundo. Determinar que o dízimo seja uma obrigação nos tira a possibilidade de dar com alegria e voluntariamente. Aquele que quiser viver pela lei, deverá obedecê-la toda, aquele que quiser viver pela graça terá de viver com discernimento e responsabilidade, pois viver pela obrigação nos permite fazer o que é certo sem julgar nossas motivações. Infelizmente em nossos dias, vemos regras sobre regras, que se sobrepõe ao valor da vida. Quando as regras foram feitas para a vida e não a vida para as regras. Não quero também que pensem que a igreja primitiva é um modelo a ser copiado, pois a igreja de Jesus é um organismo vivo, portanto a igreja primitiva é um exemplo e as possibilidades para o nosso tempo são inimagináveis. Imagine se nossas igrejas abrissem mão de si mesmas e resolvessem abrir escolas de qualidade e gratuitas para educar analfabetos, se abrissem hospitais, abrigos, centros de recuperação de viciados e fazendas para produção de alimentos só para citar algumas possibilidades.

Não vou me aprofundar mais no assunto, pois meu objetivo é que o texto seja suficientemente sucinto para aqueles que não gostam de ler textos longos. Tive a intenção de expor um pensamento e não escrever um texto de cunho teológico, embora seja fundamentado na palavra. Abaixo estão os links com referências teológicas e opiniões que expandem esta interpretação.

Que o Espírito Santo nos ensine a fazer a vontade do Pai em nome de Jesus.

Felipe Gustavo